Rescue Ink – Heróis Tatuados

Motoqueiros tatuados dos pés a cabeça, montados em suas Harleys e usando roupas de couro. Essa turma é de dar medo não é? E essa é a intenção. Eles usam o tipo físico para intimidar pessoas que maltratam animais e os resgatam para abrigos e centros de reabilitação. Dentro da lei, nada os impede de salvar animais que estejam em perigo.

“Eles se conheceram em convenções de tatuagens e hot rods. Hoje, usam seus músculos e caras feias para resgatar cães, gatos e outros bichos roubados, abandonados ou maltratados. Eis o Rescue Ink, grupo que reúne os defensores dos direitos dos animais mais durões que você já viu.”

Depois de se conhecerem em encontros de carrões antigos e tatuagens, eles decidiram se unir em prol da paixão pelos animais. Eles sabiam que seus músculos, suas tattoos e a aparência ameaçadora intimidariam os que maltratam os bichos. “Quando a gente se aproxima da casa desses tipos, eles se cagam nas calças”, conta George, um bombeiro do tamanho de uma geladeira.

 Rescue Ink Unleashed é um reality show do canal National Geographic, onde esses motoqueiros resgatam e ajudam animais em risco (exibido no Brasil por um canal pago, com o título Guardiões de Animais), estrelado pelos grandalhões e que lhes rendeu grande visibilidade. “Temos ido a todos os lugares: Nova York, Nova Jersey… Chegamos até a resgatar uns porcos em Long Island”, diz George. Desde cães de brigas a animais abandonados, eles enfrentam pessoas que não cuidam direito dos seus animais de estimação. Durante o programa eles mostram os resgates, a resistência de alguns donos em entregar o animal e o tratamento desse animal após o resgate. Muitos casos têm um final feliz e esses animais reencontram um novo lar e uma pessoa melhor que irá cuidar bem e tratá-los com respeito. Frisando que, a Rescue Ink é uma instituição sem fins lucrativos, uma ONG que visa ajudar e salvar animais. Eles vivem de doações e ajuda de voluntários.

 Participam de eventos para arrecadar fundos e mantêm uma loja onde vendem camisetas e livros, contando a história do grupo.Esses grandalhões tratam de outros assuntos dentro desse meio, por exemplo, alguns dos rapazes acabam de voltar de um protesto contra as puppy mills (“fábricas de filhotes”), onde cães são confinados em péssimas condições para gerarem crias utilizadas em diversos fins comerciais. Recentemente, o grupo também iniciou um programa com o objetivo de encontrar lares para animais nas listas de sacrifício dos abrigos.

Nem sempre as coisas acabam tranqüilas para os caras do Rescue Ink. Biagi, por exemplo, já despencou através do piso de um prédio abandonado e se espatifou no andar de baixo, enquanto protegia um cão resgatado sobre seu peito. “Faz parte do trabalho”, minimiza o ex-reparador de caldeiras. Há outras formas de arriscar a vida. “A situação pode ficar feia. Tem uns malucos que nos recebem com armas apontadas para as nossas caras. Fazemos o que tem que ser feito: perguntamos se eles vão colaborar ou se preferem bancar os malacos”, diz Mike, que se define como “o cara da linha de frente” nesses casos. “Todo mundo no grupo tem uma função especifica. Biagi é o adestrador de cães, Johnny O é o instrutor de artes marciais, e o George, o bombeiro. Tem o Batso, que é um cara holístico com o poder de acalmar os bichos, o Big Ant, que é como uma parede de tijolos, o Angel, nosso detetive, e o Del, o cara dos gatos”, enumera.

Del ajudou a montar o programa do Rescue Ink de captura, castração e devolução dos gatos de rua mais problemáticos. E Angel, um investigador aposentado da policia de Nova York, é o cérebro por trás das investigações, que leva os companheiros até o escritório de um detetive particular em busca das últimas novidades em equipamentos de vigilância “Nós checamos tudo. Temos de ser cuidadosos com as denúncias”, ressalta Mike, que estima que cerca de um quarto das chamadas recebidas são de alarme falso. Por fim, ambos dizem que, a maior recompensa é ver os bichinhos bem e salvos de qualquer perigo.