“Fiz bastante divulgação em 2004, quando inauguramos, mas é difícil bancar tudo sozinho. Quero construir um espaço maior, mais moderno e interativo. Estou à procura de patrocínios que apóiem o projeto e me ajudem na ampliação”, explica ele. Mesmo sem propaganda, o acervo do museu atrai em média 30 visitantes por mês. São mais de 460 peças, divididas em fotos, quadros, esculturas, réplicas e máquinas antigas. Um delírio para os fãs da arte de ilustrar o corpo.
Entre os destaques estão pinturas e equipamentos de Lucky Tattoo, o primeiro tatuador profissional a chegar ao Brasil, em 1959. Aqui, o dinamarquês foi o introdutor de máquinas elétricas e tintas. Também merece atenção a coleção de máquinas encontradas em antigos presídios da Rússia – improvisadas com barbeadores, cordas de violão e seringas – e fotografias de múmias já tatuadas.
Os 28 anos de experiência no mundo das tattoos transformaram Polaco no melhor guia que os visitantes poderiam ter. Ele acompanhou de perto – e com agulhas em punho – a evolução da tatuagem no Brasil. A sociedade demorou a compreender o significado dessa forma de expressão milenar. “No começo não havia equipamento e nós tínhamos que improvisar. Fiz tentativas com motor de vitrola, barbeador, agulhas de cozer. Tinta, então, nem se fala”, lembra. Os primeiros clientes foram tribos punks, gangues como os Carecas do Subúrbio e prostitutas. A maioria das pessoas não gostava de tatuados, havia muito preconceito. “Chegavam a fazer o sinal da cruz quando entrávamos nos lugares”, diz Polaco.
Só a partir dos anos 1990, com os primeiros festivais de tatuagem, a arte passou a ser encarada como capaz de imortalizar experiências, marcar conquistas e contar histórias. Segundo Polaco, hoje é mais difícil encontrar alguém que não seja tatuado do que o contrário. “Agora são os filhos que trazem os pais ao estúdio”.
Museu Tattoo Brasil, Rua 24 de Maio, 225, 1º andar, tel. 3222-8049, www.polacotattoo.com.br. É preciso marcar antecipadamente o horário da visita. Grátis.
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